A estética (do grego aisthésis que significa percepção) é a área da filosofia que estuda o sentido, a busca e a reprodução do belo na arte. O fenômeno estético envolve a percepção, interpretação, julgamento e emoção relacionados ao que é considerado belo.

A Estética, enquanto reflexão filosófica busca compreender, num primeiro momento, o que é beleza, o que é o belo. É a preocupação com o belo, com a arte e com a sensibilidade, próprias da reflexão estética, que nos permite pensar as nossas relações com o mundo sensível, o seja, o que as representações da sensibilidade dizem sobre o ser humano.

Foi entre os gregos antigos que a reflexão sobre o belo se abriu ao pensamento. A arte, para eles, estava vinculada a alguma função (moral, social e política), ela não tinha sua identidade própria. Vejamos:

Sócrates (470 ou 469 a.C. – 399 a.C.) - Vai associar o belo ao útil. Portanto, um objeto que se adapta e cumpre sua função é belo, mesmo que não esteja adornado. Ele inaugura um tipo de estética funcional, utilitária que, se prestarmos atenção, está muito presente no nosso cotidiano, na produção dos objetos de uso corriqueiro, que também apresentam uma preocupação estética.

Platão (427 a.C – 348 a.C) - Já não tem essa preocupação prática de encontrar objetos belos. Ele não se pergunta o que é belo, mas o que é “O Belo”. Ele não está preocupado com a beleza que se encontra nas coisas, mas numa beleza ideal. Isso quer dizer que os objetos só são belos na medida em que participam do ideal de beleza, que é perfeito, imutável, atemporal e supra-sensível, isto é, está além da dimensão material. Platão afirma que a beleza que percebemos no mundo material participa de um Belo ideal: A característica fundamental nessa determinação do belo é a proporção do quanto um objeto consegue imitar o ideal de beleza; então se pode caracterizá-lo como belo.

Aristóteles (384 a.C – 321 a.C) - Em contraposição a Platão, Aristóteles procurou o belo não num mundo ideal, mas na realidade. Em sua obra Poética ele constrói um manual de como se reproduz o belo nas diversas artes. O belo estava associado, em Aristóteles, ao conceito de bom e as artes tinham uma função moral e social, na medida em que reforçavam os laços da comunidade.

Essas teorias a respeito do belo, principalmente de Platão e de Aristóteles, serão retomadas no final da Idade Média e, a partir do Renascimento, os filósofos recuperam a ideia de beleza relacionada à ordem, harmonia e proporção, que contribuem decisivamente para a formação da concepção de beleza clássica.

No caso das esculturas gregas nota-se a busca de imitar as formas “perfeitas” do ser humano, a valorização da força física, da virilidade e da proporcionalidade, as quais ressaltam o equilíbrio e a unidade entre corpo e espírito, entre homem e cosmos, razão e sentimento, o que culminava na busca dessas formas consideradas perfeitas, nessas figuras idealizadas.
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