De modo geral o termo ‘metafísica’ causa estranheza na maioria das pessoas. Nos estudantes da Filosofia há um ‘senso comum’ de que é uma das disciplinas filosóficas mais complexas de se entender. Então, como desmistificar essa ideia em sala de aula?... É a indagação que todo professor faz ao abordar este tema de modo que todos entendam que a ‘tal’ METAFÍSICA não é tão ‘estranha e inacessível’ assim, como o termo nos parece ser. Pelo Contrário, ‘ela’ está mais presente no nosso cotidiano do que se imagina...

Inicialmente considerada como ONTOLOGIA, a metafísica parte da tradição filosófica aristotélica e investiga as realidades que transcendem a experiência sensível. Classificada pelo filósofo grego Aristóteles como ‘Filosofia Primeira’, as indagações metafísicas giram em torno de dois temas: existência e essência, ou seja, os filósofos metafísicos investigam sobre ‘O que existe’ e ‘Qual a essência do que existe’.

Neste sentido, vamos indicar como os principais conceitos metafísicos podem ser identificados em nosso cotidiano:

1. Potência (ou matéria) – o que as coisas tendem a ser (como por exemplo uma semente de feijão a ser plantada).
2. Ato (ou forma) – o que as coisas são (como por exemplo uma semente de feijão quando plantada e germina numa árvore = pé de feijão).
3. Devir (ou movimento) – é a transformação que as coisas passam = da matéria para a forma (da potência ao ato), por exemplo: da semente de feijão para uma árvore de feijão.
4. Essência (ou identidade) das coisas – por exemplo, a essência de um livro é fato de ter letras impressas nele, a essência dos seres humanos é ter a racionalidade presentes neles.
5. Acidentes (ou características) das coisas – os acidentes em um livro, por exemplo, é o fato de que ele poder ser amarelo, preto, pesado, grande, em diferentes línguas, etc. Os acidentes nos Homens, por exemplo, é o fato de que eles podem ser magros, gordos, altos, baixos, cabeludos, carecas, etc.

Aristóteles ainda desenvolveu a TEORIA DAS QUATRO CAUSAS metafísicas, a qual, segundo ele, seria responsável pelo ‘devir’ ou transformação que as coisas da realidade passam. Como aplicá-las num exemplo prático do nosso cotidiano para entendê-las melhor?

Tomemos como exemplo um LIVRO. A causa material do livro: de que ele é feito (madeira); a causa eficiente (ou motora) do livro: aquilo ou aquele que transforma a madeira em livro (homem); a causa formal do livro: o que a matéria (madeira) tende a ser (livro) e a causa final do livro: a razão ou finalidade da transformação de madeira em livro (informar, estudar, transmitir conhecimentos, etc.).

Como vimos nos exemplos acima, não é tão complicado assim entender essa disciplina que é, ao mesmo tempo, intensa e apaixonante, pois ela nos dá uma dimensão mais ampla do POR QUÊ de toda existência na natureza: sensível e suprassensível!

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