Uma das questões que sempre os alunos me abordam em sala de aula é o fato de a filosofia ser um campo permeado pelo ‘masculino’, onde as principais teorias estudadas estão comumente relacionadas à um FILÓSOFO. Neste sentido, surgem indagações do tipo: Existiram filósofas? Existem filósofas? As mulheres participaram da história da filosofia?... Por que os livros não citam as FILÓSOFAS...?

Estas são questões que ainda se mostram presentes dentro do campo filosófico, gerando surpresa e espanto – em certos casos resistência – quando alguma pensadora é mencionada. Por isso aqui apresentamos algumas das MUITAS filósofas que se destacaram ao longo da História da Filosofia Ocidental, provando assim que a Filosofia não é ‘machista’ muito menos os ‘amantes’ dela...

1 – HIPÁCIA (370-415)
Além de astrônoma e matemática, Hipácia era filósofa, era famosa por sua beleza. A filosofia de Hipácia era também sua religião. Ela acredita em um ser divino chamado “o Uno” – a origem de toda a realidade. O objetivo de Hipácia era se aproximar de “o Uno” e ela compartilhava seus métodos com um grupo seleto de estudantes. Hipácia os ensinou a se libertar do mundo da matéria procurando a parte divina da natureza humana, ou a alma, que ela chamou de: “O olho enterrado dentro de nós”. Naquela época as mulheres não eram consideradas em direito. Mas aos olhos dos seus alunos homens, Hipácia estava acima da feminilidade. Ela requisitada uma dedicação completa e não tolerava nenhum contra-senso.

2 – MARY WOLLSTONECRAFT (1759-1797)
         O livro mais influente de Wollstonecraft: “Reinvindicações dos direitos da mulher”, foi publicado em 1792 e chamava pela abolição das desigualdades entre homens e mulheres. Naquela época, as mulheres não podiam votar nem ter a propriedade de seus bens. Elas pertenciam a seus maridos. Mary Wollstonecraft argumentou que “a mente não tem sexo”, portanto as mulheres deveriam ter direito à liberdade pessoal e econômica. Para sua tristeza, foi chamada de “hiena de saias” e “cobra filosofante”.

3 – SIMONE DE BEAUVOIR (1908-1996)
        Simone de Beauvoir acreditava que a educação era muito importante, por dar à mulher a oportunidade de se libertar da opressão usando o ‘poder da mente’. Ela, que nunca teve filhos, é conhecida como “a mãe do feminismo”. Seu livro “O segundo sexo” foi a primeira tentativa real de explorar por que as mulheres se deixavam dominar pelos homens. Simone acreditava que as pessoas deveriam ser livres de preconceitos sobre o sexo. Ela disse que “Ninguém nasce, mas se torna uma mulher”. Simone de Beauvoir quis expor a máscara masculina que a filosofia ocidental havia vestido ao longo dos séculos.

4 – LUCE IRIGARAY (1939-...)
         Irigaray concorda com Simone de Beauvoir. Como psicanalista praticante, ela tem sido influenciada pelo trabalho de Freud. Entretanto, se irritou com a ideia freudiana de que as mulheres invejam os genitais masculinos e, portanto, veem a si mesmas como carentes do necessário para ser homem. Irigaray acredita que a opressão feminina vai além das estruturas econômicas e sociais passadas e presentes. Ela argumenta que a linguagem em si é orientada sob o enfoque masculino e, portanto, não pode expressar o que é ser feminino (um exemplo simples é a referência a Deus ser sempre no masculino). Irigaray acha que as mulheres são forçadas a falar uma língua que não lhes dá valor nem as representa.

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