Em uma sociedade informatizada, a escola se caracteriza, ainda, como o espaço de múltiplas possibilidades de contato humano real, de construção de saberes e de liberdade. Deste modo, a escola se desenha como o lugar de união entre as pessoas, de conexão interpessoal que considera a razão e a emoção e, sobretudo, os sentimentos individuais e coletivos dos sujeitos.

O educador emocional e social consiste em ser mais do que o responsável pelo desenvolvimento dos componentes curriculares ditos ‘formais’, mas para, além disso, precisa ser aquele que vai construir espaços de inclusão, de justiça, de liberdade e afetividade entre os sujeitos da escola.

Uma educação para a sensibilidade e o respeito exige que o professor, minimamente, goste da sua profissão, sob pena de não fazer um trabalho bem feito e significativo para a vida dos educandos. Por isso, é fundamental e imediato pensar caminhos que possam dar condições para que os professores tenham condições de provocar a participação efetiva dos alunos no processo educativo.

Refletir sobre as bases da metodologia de uma educação emocional e social nas escolas é libertar os educadores das pressões ligadas aos conteúdos formais escolares e abrir espaço para a construção do alicerce afetivo, em que, certamente, estes conteúdos se assentarão. O clima emocional da escola é a variável mais importante para a melhoria dos índices de aprendizagem e desenvolvimento humano dos que nela convivem.

Pesquisa realizada pela UNESCO e dirigida pelo sociólogo chileno Juan Casassus, em 14 países da América Latina e envolvendo 54 mil alunos, comprova que a educação emocional é a variável mais importante para que os alunos aprendam mais e melhor. Verificou-se que o desempenho dos alunos chegou a superar 36% da nota média das provas de Linguagem e 46% de Matemática.

Richard D. Roberts, doutor em filosofia e psicologia e um dos maiores especialistas em avaliação de personalidade e educação emocional na atualidade, afirma que a probabilidade do estudante que recebeu educação emocional se envolver com o crime diminui consideravelmente, o desempenho escolar melhora e as taxas de evasão caem. Ao impedir que os jovens desistam da escola e entrem para a criminalidade, criamos cidadãos saudáveis, produtivos e criativos.

Segundo Mark Greenberg, psicólogo e professor de desenvolvimento humano, o sucesso escolar do aluno é construído a partir do desenvolvimento de um clima emocional favorável na escola, onde haja cooperação e relacionamentos amigáveis. Mark Brackett, pesquisador da Universidade de Yale-EUA, afirma que as emoções podem tanto potencializar quanto inibir a habilidade de aprender.

Mudanças positivas já podem ser vistas na prática. Estratégias estruturadas em Programas de Aprendizado Social e Emocional, liderados por Mark Greenberg e pautados em autoconsciência social e habilidades de raciocínio, atestaram que 270.000 alunos avaliados nos EUA, nos últimos 10 anos, melhoraram 11% no desempenho acadêmico.

Segundo dados aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia, números revelam redução de 35% de comportamentos problemáticos e aumento de 30% nos comportamentos socialmente habilidosos entre os alunos que passaram pelo desenvolvimento da Educação Emocional e Social. Isso demonstra uma redução significativa dos comportamentos inadequados que prejudicam a convivência, tais como violência, agressividade destrutiva, ansiedade e tristeza excessivas. Os alunos também estão aptos a lidar melhor com suas emoções, apresentam maior interesse acadêmico, aumento da concentração, diminuição no retraimento social, podendo conviver mais pacificamente consigo mesmos e com os outros.

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