Uma dos campos de investigação dos
pensadores clássicos da Sociologia (construída como ciência da social a partir
do século XVIII) é analisar sob diferentes perspectivas como se dão as relações
sociais entre os indivíduos e seus grupos sociais.
Entre os estudiosos dedicados a esta
análise destacam os chamados Pensadores Clássicos da Sociologia. Vamos entender
um pouco das suas concepções sobre o tema destacam-se autores clássicos da
Sociologia, como Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber.
Karl Marx: os indivíduos e as classes sociais
Para o alemão Karl Marx (1818 — 1883), os
indivíduos devem ser analisados de acordo
com o contexto de suas condições e situações sociais, já que produzem sua
existência em grupo. Marx se interessou por estudar as condições de existência
de homens reais na sociedade. O ponto central de sua análise está nas relações
estabelecidas em determinada classe e entre as diversas classes que compõem a
sociedade. Para ele, só é possível entender as relações dos indivíduos com base
nos antagonismos, nas contradições e na complementaridade entre as classes
sociais. Assim, de acordo com Marx, a chave para compreender a vida social
contemporânea está na luta de classes, que se desenvolve à medida que homens e
mulheres procuram satisfazer suas necessidades, “oriundas do estômago ou da fantasia”.
Émile
Durkheim:
as instituições e o indivíduo
Para francês Émile Durkheim (1858 — 1917), a
sociedade sempre prevalece sobre o indivíduo, dispondo
de certas regras, normais, costumes e leis que asseguram sua perpetuação. Essas
regras e leis independem do indivíduo e pairam acima de todos, formando uma
consciência coletiva que dá o sentido de integração entre os membros da
sociedade. Elas se solidificam em instituições, que são a base da sociedade e
que correspondem, nas palavras de Durkheim, a “toda crença e todo comportamento
instituído pela coletividade”. A família, a escola, o sistema jurídico e o
Estado são exemplos de instituições que congregam os elementos essenciais da
sociedade, dando-lhes sustentação e permanência. Durkheim coloca a ênfase na coesão, integração e manutenção da
sociedade. Para ele, o conflito existe basicamente pela anomia, isto é, pela ausência ou insuficiência da normatização das
relações sociais, ou por falta de instituições que regulem essas relações. Ele
considera o processo de socialização um fato social amplo, que regulamentem
essas relações. Max Weber: o indivíduo e a ação social.
Max Weber: o indivíduo
e suas ações
O alemão Max Weber (1864 — 1920),
diferentemente de Durkheim, tem como preocupação central
compreender o indivíduo e suas ações.
Por que essas pessoas tomam determinadas
decisões? Quais são as razões para seus atos? Segundo esse autor, a
sociedade existe concretamente, mas não é algo externo e acima das pessoas, e
sim o conjunto de ações dos indivíduos relacionando-se reciprocamente. Assim,
Weber, partindo do indivíduo e de suas motivações, pretende compreender a
sociedade como um todo. O conceito básico para Weber é o de ação social, entendida como o ato de se
comunicar, de se relacionar, tendo alguma orientação quanto às ações dos outros.
“Outro”, no caso, pode significar tanto um indivíduo apenas por vários,
indeterminados e até desconhecidos. Seguindo esse raciocínio, Weber declara que
a ação social não é idêntica a uma ação homogênea de muitos indivíduos. Max
Weber, ao analisar o modo como os indivíduos agem e levando em conta a maneira
como eles orientam suas ações, agrupou as ações individuais em quatro grandes
tipos, a saber: ação tradicional, ação efetiva, ação racional com relação a
valores e ação racional com relação a fins.
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