Os primeiros filósofos já demonstravam uma preocupação com o conhecimento. Desde o seu começo, a Filosofia preocupou-se com o problema do conhecimento, pois sempre esteve voltada para a questão do verdadeiro.

Os filósofos se deram conta de que nosso pensamento parece seguir certas leis ou regras para conhecer as coisas e que há uma diferença entre perceber e pensar. Pensamos a partir do que percebemos ou pensamos negando o que percebemos? O pensamento continua, nega ou corrige a percepção? O modo como os seres nos aparecem é o modo como os seres realmente são? Vamos conhecer as ideias dos principais filósofos gregos sobre a teoria do conhecimento:

Heráclito de Éfeso considerava a Natureza (o mundo, a realidade) como um “fluxo perpétuo”, o escoamento contínuo dos seres em mudança perpétua. A realidade, para Heráclito, é a harmonia dos contrários, que não cessam de se transformar uns nos outros. O filósofo indicava a diferença entre o conhecimento que nossos sentidos nos oferecem e o conhecimento que nosso pensamento alcança, pois nossos sentidos nos oferecem a imagem da estabilidade e nosso pensamento alcança a verdade como mudança contínua.

Parmênides de Eléia dizia que só podemos pensar sobre aquilo que permanece sempre idêntico a si mesmo, isto é, que o pensamento não pode pensar sobre as coisas que são e não são, que ora são de um modo e ora são de outro, que são contrárias a si mesmas e contraditórias. Para Heráclito, conhecer é alcançar o idêntico, imutável. Como pensar o que é e o que não é ao mesmo tempo? Como pensar o instável? Como pensar o que se torna oposto e contrário a si mesmo? Não é possível, dizia Parmênides.

Platão e Aristóteles passaram a definir as formas de conhecer e as diferenças entre o conhecimento verdadeiro e a ilusão, introduzindo na Filosofia a ideia de que existem diferentes maneiras de conhecer.

Platão distingue quatro formas ou graus de conhecimento, que vão do grau inferior ao superior: crença, opinião, raciocínio e intuição intelectual. Os dois primeiros formam o que ele chama de conhecimento sensível; os dois últimos, o conhecimento inteligível. Esses dois primeiros graus de conhecimento nos oferecem apenas a aparência das coisas ou suas imagens correspondem à situação dos prisioneiros da caverna. Por serem ilusórios, esses dois graus devem ser afastados pelas pessoas que buscam o conhecimento verdadeiro; portanto, somente os dois últimos graus devem ser considerados válidos.

Já Aristóteles distingue sete formas ou graus de conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição. Para Aristóteles nosso conhecimento vai sendo formado e enriquecido por acúmulo das informações trazidas por todos os graus, de modo que, em lugar de uma ruptura entre o conhecimento sensível e o intelectual, há uma continuidade entre eles. Assim, as informações trazidas pelas sensações se organizam e permitem a percepção. As percepções, por sua vez, se organizam e permitem a imaginação. Juntas, percepção e imaginação conduzem à memória, à linguagem e ao raciocínio. Aristóteles concebe, porém, uma separação entre os seis primeiros graus e a intuição intelectual, que é um ato do pensamento puro e não depende dos graus anteriores.
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