A Filosofia nasceu da necessidade do
Homem Grego em refletir por meio da ‘razão’ sobre as explicações míticas, que,
por volta do século VI a.C, não respondiam mais satisfatoriamente a origem das
coisas da natureza. Ao longo desses mais de dois mil anos, as indagações
filosóficas foram se tornando mais complexas e variadas que precisou ser
classificada em áreas específicas como a ética, metafísica, política, lógica,
estética e várias outras.
A pergunta que fazemos neste instante é:
como é possível relacionar e ou ‘encaixar’ os principais conceitos dessas áreas
da investigação filosófica no contexto do período das festividades
carnavalescas? A princípio essa indagação pode parecer absurda ou ‘sem nexo’,
visto que no carnaval, o que menos as pessoas praticam é o ato do
‘filosofar’.... E é justamente neste sentido que essa relação acontece (ou não)
com as principais indagações das diversas áreas da Filosofia. Vamos entender
melhor isso?
Ética:
Falta de respeito com ‘o outro’ em meio as festividades carnavalescas
(bullying, assédios sexuais, exibicionismo, assaltos, brigas, intolerância ao
diferente e demais ações invasivas nas individualidades dos foliões) são
algumas das situações comumente mais evidentes no período carnavalesco e que,
de certo modo, demandam uma reflexão ética e moral. O período do carnaval é, de
modo geral, o período em que as relações entre certo e errado, o bem e o mal,
permitido e proibido ficam indiscutivelmente mais acentuadas.
Política:
Diversos desentendimentos se afloram em meio ao espaço ‘coletivo’ das multidões
de foliões (competições de sons e paredões, de articulação desordenada dos
subgrupos de indivíduos em um mesmo espaço geográfico, as relações equivocadas
de poder de uns sobre outros, tanto no que diz respeito ao poder coercitivo
policial para com os foliões, como no tocante ao poder econômico da classe
política e empresarial nos seus ‘espaços vips’ dentro da festa, em relação a
‘massa’ de foliões) são algumas das situações comumente mais evidentes no
período carnavalesco e que, de certo modo, demandam uma reflexão filosófica e
política.
Estética:
São comuns as criações artísticas dentro da festa carnavalesca, onde a imagem e
arte visual fazem toda a diferença na percepção de pessoas, vestimentas,
adereços, lugares, etc. As relações dos foliões com as questões estéticas ficam
muito mais evidentes nesses dias de festa, em virtude que, só ‘é visto’ aquele
ou aquilo que é ‘produto’ de uma produção artística e de criação, onde a beleza
e o belo são, indiscutivelmente, o carro-chefe da festa. O carnaval é o tempo
do exibicionismo, das percepções, das criações artísticas e visuais. E estas
são algumas das situações comumente mais evidentes no período carnavalesco e
que, de certo modo, demandam uma reflexão filosófica da arte e da estética.
Lógica:
A dificuldade dos foliões de estabelecer uma relação de coerência entre o que
pensam e o que expressam desse pensamento em meio a festa, regada sempre de
acentuados estados de embriaguez, que resultam nos diálogos ilógicos que
estabelecem entre si em meio a folia. O consumo de álcool, tabaco e outras
drogas durante o carnaval (tudo junto) desencadeiam um ‘desajuste racional’ nos
indivíduos, de forma que suas atividades cognitivas ficam comprometidas a ponto
de não conseguirem inferir significações lógicas para o que pensam, expressam e
agem durante as festas. E estas são algumas das situações comumente mais
evidentes no período carnavalesco e que, de certo modo, demandam uma reflexão
lógica e filosófica.
Por isso aproveitar as situações
proporcionadas pelo período de carnaval é bom, mas melhor ainda será se os
foliões primarem pela ‘racionalidade’ e sua capacidade de PENSAR e INDAGAR
sobre TUDO que vivenciarem durante esse período. Pois, de algum modo, o que
acontece durante os festejos demandam consequências futuras, e que estas podem
ser positivas ou negativas. Fica a dica!
Qual seu ponto de vista acerca do tema. Poste um comentário:
0 comments so far,add yours