Detentora de características próprias e reconhecida
em todos os aspectos linguísticos, como morfologia, sintaxe e pragmática, a Língua
Brasileira de Sinais (Libras) se diferencia do português na medida em
que se apresenta na modalidade visuoespacial,
ou seja, composta por um conjunto de movimentos e expressões captados pela
visão.
Tendo o português como primeira língua oficial, o
Brasil também reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua das
comunidades surdas brasileiras desde 2002. Mesmo antes da oficialização, a
Libras já era falada no Brasil, desde o século 19. Este ano, ao ter como tema Desafios
para a formação educacional de surdos no Brasil, a redação do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) levou a sociedade a refletir sobre a realidade das pessoas
com surdez.
A língua de sinais não é universal, já que cada
comunidade tem seu idioma. No caso do Brasil, a Libras deriva da Língua de
Sinais Francesa (LSF), trazida ao país por um professor francês que, em 1857,
participou da fundação da primeira escola brasileira para surdos do país. Com o
tempo, houve a adaptação e fusão da língua francesa com sinais já utilizados
informalmente pelos brasileiros.
Números do Censo Escolar de 2016 registram que o
Brasil possui, na educação básica, 21.987 estudantes surdos, 32.121 com
deficiência auditiva e 328 alunos com surdocegueira.
Dentro do princípio da inclusão como preceito do sistema educacional
brasileiro, o MEC trabalha para garantir uma série de recursos que contemplem
essa parcela da população.
Uma das mudanças implementadas na edição deste ano
do Enem foi a aplicação de videoprovas,
ou seja, a prova em Libras, um recurso de acessibilidade para realização do
exame por surdos e pessoas com deficiência auditiva. A novidade contempla os
falantes de língua de sinais, contemplando o direito de fazer a prova em sua
primeira língua. A videoprova foi solicitada por 1.897 candidatos, tendo sido a
ferramenta mais selecionada entre os participantes deste grupo.
Portal do MEC (Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep)
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