O MEC lançou a Política Nacional de Formação de Professores
nesta quarta-feira, 18.10. Inédita no país, a política abrange desde a criação
de uma Base Nacional Docente até a
ampliação da qualidade e do acesso à formação inicial e continuada de
professores da educação básica. Só no Programa de Residência Pedagógica, o MEC
vai ofertar 80 mil vagas a partir do próximo ano e serão investidos cerca de R$
2 bilhões.
A Residência Pedagógica faz parte da modernização
do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e traz
novidades, como a formação do estudante do curso de graduação, que terá estágio
supervisionado, com ingresso a partir do terceiro ano da licenciatura, ao longo
do curso, na escola de educação básica. O objetivo principal é a melhoria da qualidade
da formação inicial e uma melhor avaliação dos futuros professores, que
contarão com acompanhamento periódico. O programa tem como requisito a parceria
com instituições formadoras e convênios com redes públicas de ensino.
Índices como o do último Censo da Educação,
divulgado em 2016, demonstram que, dos 2.196.397 professores da educação básica
do país, mais de 480 mil só possuem ensino médio e mais de 6 mil, apenas o
ensino fundamental. Cerca de 95 mil têm formação superior, sem cursos de
licenciatura. Apenas 1.606.889 possuem formação em licenciatura, porém, muitos
desses não atuam em sua respectiva área de formação.
Os princípios da Política Nacional de Formação de
Professores consistem na maior colaboração entre União, redes de ensino e
instituições formadoras; maior articulação entre teoria e prática em cursos de
formação de professores e domínio sistêmico da BNCC, além de uma visão
sistêmica e articulação entre instituições formadoras e escolas de educação
básica. As mudanças partiram de um diagnóstico preocupante: desempenho
insuficiente dos estudantes, baixa qualidade da formação inicial dos
professores no país, um histórico de currículos extensos com ausência de
atividades práticas e estágios curriculares sem planejamento e sem vinculação
com as escolas.
A Política Nacional de Formação de Professores
também inclui a criação da Base Nacional de Formação Docente. Essa base, que
vai nortear o currículo de formação de professores no país, terá em sua
proposta a colaboração de estados, municípios, instituições formadoras e do
Conselho Nacional de Educação (CNE). Além disso, o MEC abrirá uma consulta
pública para ouvir opiniões de especialistas e educadores de todo o Brasil no
início de 2018.
A Política Nacional de Formação de Professores vai
flexibilizar as regras para bolsistas do Programa Universidade para Todos
(ProUni) para o preenchimento de vagas ociosas. A partir do próximo ano, os professores
que desejam fazer uma segunda formação em cursos de licenciatura poderão entrar
no programa sem a comprovação de renda. O mesmo vai acontecer para o público
geral interessado. Essa política de incentivo partiu do diagnóstico segundo o
qual, das 56 mil bolsas para cursos de licenciatura, 20 mil estão ociosas. Para
concorrer a uma dessas vagas, os interessados deverão participar de uma segunda
chamada após a seleção regular.
A partir de 2018, o MEC também vai reservar 75% das
vagas da Universidade Aberta do Brasil (UAB) para a formação de professores que
cursem seu primeiro ou segundo curso de licenciatura. A estratégia faz parte da
política de continuidade da retomada da UAB, que não ofertava vagas desde o ano
de 2014 e que, só em 2017/2018, oferece 250 mil vagas. O objetivo é investir,
ainda, na ampliação de cursos de mestrado profissionalizante, abrangendo todas
as áreas e componentes curriculares da BNCC. Serão oferecidos mestrados
profissionais para professores de educação básica, cursos de especialização e o
aumento da cooperação internacional nessa formação.
Portal do MEC (Assessoria de Comunicação Social)
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